Sunday, March 11, 2007

Meditações Sobre Duarte Lobo II

uma vogal. duas. três. os cinco dedos de uma mão. a minha mão.

o fulgor religioso de uma superfície plana. escrever. não escrever. o
eclipse.

todas as folhas são uma montanha sem a superfície do lago, movem-se à
altura das mãos, com os olhos presos. o número. a cabala.

o Anjo

quatro vogais. o desenho. os quatro lados do poema. o fim. o
princípio.

o Entendimento

cinco vogais. a estrela de cinco pontas. o arroubo do corpo no acto
de escrever. a ave. o pássaro cintilante que te move os pés. o grito,
apenas o grito de uma cantilena suada. sem fim.

o luar.
a estrela

Índigo

o lugar onde nos sentamos na hora das refeições. a partilha do pão. o
tabernáculo. o novelo incessante que alimenta o chão. a vertigem da
terra. a raíz.

crescer em torno de uma bússula. os pontos cardeais. norte. sul.
este. oeste.

Oração

o momento claro da idade de ouro. a infância. o patriarca.

não sei de onde nasci, mas olho o espaço com os olhos dos homens. o
deus. a terra de todas as religiões. jacob. isaac. abrãao.

Ur

o primeiro poema
o verbo

Jorge Vicente (2)

(2) Este poema foi baseado num exercício de continuação do primeiro.
Ele consistia em escrevermos vogais com a nossa mão não dominante, ou
seja, a mão esquerda. Era um exercício longo que eu encurtei, pois o
exercício original levaria cerca de 2 horas a realizar-se. Eu fiz em
pouco tempo e com os olhos fechados. Novamente, decidi não explicar
nada. Apenas escrever um poema. Um exercício poético, como diria o
Constantino. Flashes de imagens em verso

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

olá

fizeste uns belos experimentos sim senhora. é que estão, na forma, na maneira de escrever, muito diferentes dos teus textos habituais que por aqui tenho visto

2:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

rd

2:39 AM  

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